A Poesia da Podridão é um blog dedicado à poesia que canta a decadência, a decomposição orgânica, o suicídio da alma e o pessimismo.
Thursday, May 18, 2006
CHUPANDO QUEIMADURA
Com fogo eu brinquei
E, assim, me queimei
(Que grande loucura!);
E, aí, de verdade,
Bateu a vontade:
Chupar queimadura.
Na pele queimada
Dei uma chupada
Bem forte e segura.
É muito gostoso
Este ato formoso:
Chupar queimadura.
A carne queimou
E a boca chupou
(Que bela figura!);
Eu fico feliz
Fazendo o que eu quis:
Chupar queimadura.
A língua passeia
Na pele tão feia
(Que grande doçura!);
Sou sempre sincero,
É isso que espero:
Chupar queimadura.
É doce chupar
O mesmo lugar
Nessa pele impura;
Só é bom fazer
O que dá prazer:
Chupar queimadura
Na grossa ferida
Dou uma lambida
E a língua fulgura;
Mas eu não resisto,
Faço apenas isto:
Chupar queimadura.
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