Monday, May 22, 2006

CABEÇAS DEGOLADAS




Estava caminhando pela praia,
Pisando firme as plácidas areias;
Meu coração, então, quase desmaia
Ao relembrar aquelas cenas feias.

Senti uma emoção muito sombria
Vendo as areias tão ensangüentadas.
Descobri a razão dessa sangria:
Milhares de cabeças degoladas!

Lâminas assassinas laceraram
Pescoços tenros em macabras danças;
Assassinos cruéis decapitaram
Homens, mulheres, velhos e crianças.

Mas, oh, que horror, que horror, que horror agudo
Olhar seres humanos degolados;
E o que mais me assustava nisso tudo:
Os seus olhares tão petrificados.

Cruéis facões, sangrentas guilhotinas
Cortaram os pescoços indefesos;
Carnificina das carnificinas
Provocada por ódios tão acesos...

E o Destino me disse: "Não te esqueças
De se lembrar dos rostos das cabeças!"

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